sexta-feira, 30 de novembro de 2012

extra, extra, o mundo vai acabar!


Eu acredito que o mundo vai acabar. Um dia vai. Mas eu não estou preocupado com isso. E não é porque alguma organização de pessoas bem formadas e muito bem desenvolvidas intelectualmente me acalmaram. O conhecimento desses doutores espaciais é, sem dúvida, ilustre. Mas, ao observar as galáxias, acredito que eles devam ficar tão perplexos e maravilhados quanto eu. Se não ficam mais, é porque em algum ponto se tornaram frios e patéticos.

É tão maravilhoso que chega a ser assustador - de fato, enquanto você lê esse texto, é possível que milhões de planetas estejam em rota de colisão com a nossa pequena terra -, amanhã ou depois pode ser que tudo isso acabe! Sem mesmo que os sábios doutores possam saber. Ainda assim estou tranquilo. Bastante tranquilo.

E não é porque não dou valor à vida. Amo viver. E ainda tem tantas coisas que eu quero fazer. Tantos olhares para trocar conversas, tantos gestos para aprender, tantos ouvidos para tocar músicas, tantas sorrisos para surpreender, tantos pés para lavar, tantas carícias para experimentar... tantas suspiros para recuperar o fôlego.

Enquanto tudo isso acontece, me perco num universo de graça, que nos foi dado de graça. Sem saber quando tudo isso acaba, eu espero ansiosamente pelo momento que vou poder experimentar tanto amor sem me preocupar com tanta preocupação dos noticiários.

terça-feira, 20 de novembro de 2012

das vantagens de servir

Por troca de um bom salário, vende-se a liberdade. Imerso em uma cultura individualista, a frustração é quase sempre certa; já é vista como um incômodo banal. O desejo pelo inútil é o que o move: mais metais, mais pedras, mais madeiras, mais líquidos, mais matéria... menos imaginação, menos emoção, menos intelecto, menos humano... Corre atrás de um sonho ao mesmo ideal e irreal - em algum lugar, escondido atrás das suas mentiras, ele sabe disso. Melhor seria contentar-se com o que se pode ver, pois isso seria também estar contente em sentimento. Diferente do sonho enganoso, esse é um sentimento tão real que parece que pode-se tocar. Deseja tanto a liberdade, mas algema-se ao medo. Dorme com dores. Acorda com preocupações. Quanto mais faz, mais tolices acontecem e o proveito é perdido nos 'tiques' do relógio. Nunca encontrará a tal da liberdade escondida em pedaços de papel com números impressos, por maior que seja a soma deles. Quem é que sabe o que é liberdade, então? Ninguém, senão aquele que disse: "Neste mundo vocês terão aflições; contudo, tenham ânimo! Eu venci o mundo." Das vantagens de servi-lo, uma delas é ser livre para viver sem medo do futuro.

quarta-feira, 14 de novembro de 2012

pleno bem-estar


Projetos grandiosos se tornam rotina, experiências incríveis se findam e as emoções mais intensas se esvanecem. Assim é a vida: 'um dia estamos no topo do mundo, no outro ele está passando por cima de nós'. A solução? Se você é músico, volte a tocar os acordes mais simples. Se é bailarino, ensaie devagar os primeiros passos. Se é artista, trace novamente as linhas finas de construção. Se é escritor, volte aos versos simples de rimas conhecidas. Devagar, deixe encher-se novamente por todas as cores. Devagar, assim, a própria vida faz o trabalho de se conduzir. Não se desespere nem tenha pressa, apenas não caia na desistência. Lembre-se que, na verdade, para nenhum de nós existe o topo do mundo e ele também não nos atropela; existem as nossas vidas e todos estamos juntos na mesma galáxia trocando experiências e sorrisos.

Confie no Senhor e faça o bem; assim você habitará na terra e desfrutará segurança. 
Deleite-se no Senhor, e ele atenderá aos desejos do seu coração.
Entregue o seu caminho ao Senhor; confie nele, e ele agirá:
Ele deixará claro como a alvorada que você é justo, e como o sol do meio-dia que você é inocente. Descanse no Senhor e aguarde por ele com paciência; não se aborreça com o sucesso dos outros, nem com aqueles que maquinam o mal.
Evite a ira e rejeite a fúria; não se irrite: isso só leva ao mal. Pois os maus serão eliminados, mas os que esperam no Senhor receberão a terra por herança.
Um pouco de tempo, e os ímpios não mais existirão; por mais que os procure, não serão encontrados.
Mas os humildes receberão a terra por herança e desfrutarão pleno bem-estar.
Salmos 37:3-11

quinta-feira, 8 de novembro de 2012

o sorriso mais bonito


Já fui o melhor, o mais bonito e o mais esperto entre os homens. Não, nunca me elegeram nada disso e nem apareci em capas de revistas. Mas que eu era tudo isso, ah, eu era... E ninguém poderia falar o contrário, senão eu iria convencê-lo que isso era verdade - pelo menos discordar de mim não poderia, já que eu iria crescer cada vez mais até que não houvesse outra opinião senão a mais correta: a minha, claro. Essa tática funcionava para que eu pudesse reafirmar para mim mesmo: eu sou o bom. Algumas pessoas, ainda assim, pareciam não perceber ou não concordar com isso e se afastavam, e isso me derrubava. Para eu ser o melhor, só a minha afirmação já não bastava mais, eu dependia delas. Quando olhei em volta, já não havia mais pessoas felizes, só alguns que foram tão oprimidos pelo meu convencimento que se tornaram marionetes - seus sorrisos não eram reais, estavam apenas pintados nos seus rostos. Mais a frente estavam pessoas realmente boas e legais, embora elas não afirmassem isso, e ainda assim eram rodeadas por sorrisos verdadeiros. Estranhamente essas pessoas reconheciam falhas próprias e isso atraía sorrisos verdadeiros nos seus grupos. Cansei de tentar ser o melhor me enganando e me frustrando, desamarrei as minhas marionetes e parei de mentir para mim mesmo; eu nunca fui o melhor. Passei a me machucar, pois não fazia parte do grupo sorridente - e nem queria, já que eles não eram os melhores.

Até que um dia conheci alguém que superava a todos. Em tudo; ele era sábio, gentil e poderoso. As pessoas realmente se achegavam a ele, sorrindo como nunca sorriram antes! A alegria em volta dele era contagiante. Era notável: ele era o melhor. Ele nunca precisou oprimir para convencer alguém que é o melhor, ele simplesmente é. Ao contrário dos outros, ele não tem falhas para reconhecer. Todos os seus passos foram certeiros. Os que estavam em volta, aqueles sorridentes que tinham falhas, estavam ali por vontade própria, reconheciam que ele é o melhor e gostavam de ficar ali, porque ele nunca julgara aqueles que, diferente dele, tinham falhas. Todos que se achegavam eram aceitos por ele, parece que quanto maior a quantidade de defeitos em alguém, maior é o favor oferecido por ele. 

Tomei coragem e também me apresentei a ele, contei todos os meus erros; inclusive aquele de querer ser melhor do que ele. A reação foi incrível! Ele me abraçou e disse que já sabia de tudo isso. Eu chorava. E realmente ele sabia, pois me contou a minha própria história, e acrescentou alguns trechos, mostrando como cada vez que eu crescia e sofria com a rejeição das pessoas, ele sofria mais do que eu - ele sempre quis, desesperadamente, que eu reconhecesse que eu não era o melhor, para que eu pudesse sorrir de verdade. Ele sofria porque eu o ignorava, mas também sofria pelo meu sofrimento. Só eu poderia reconhecer isso e, quando o fiz, ele não me repreendeu, ele me abraçou, enxugou aquelas lágrimas e sorriu - o sorriso mais belo que eu já vi. Logo depois, ele disse que estava muito feliz por eu estar com ele. Disse que eu teria todo o necessário agora e estava seguro, eu não precisava ser o melhor para falar com ele quando eu quisesse.

Eu, então, me tornei um dos sorridentes - desses que atraem a curiosidade dos outros e apontam para aquele que é o dono do sorriso mais bonito. Embora eu ainda carregue algumas falhas, quando eu olho para o centro desse grupo de sorridentes, eu vejo alguém que serve como modelo, que mesmo sem nenhuma dessas falhas sorri pra mim e diz: "Continua tentando, meu rapaz, eu estou te ajudando a corrigir tudo isso."

Passei a ser tratado como alguém muito importante. Embora eu tenha descoberto que não sou o melhor, nem o mais bonito e nem o mais esperto, conheci alguém que me trata como seu eu fosse - não para me bajular, porque ele é bem maior que eu, mas porque para ele eu sou muito importante. E agora eu diminuo; eu ouço o que ele diz. E ele cresce, não por opressão aos outros, mas porque nós ficamos maravilhados com sua perfeição e bondade. Aprendi que quanto menor eu for, maior será o meu sorriso.

Portanto, seu algum dia me vir por aí sorrindo, não é porque eu sou o melhor, é porque ele é.

segunda-feira, 5 de novembro de 2012

Salmo 119

Ao estudar a Bíblia, tentamos enquadrá-la ao nosso contexto de vida ou queremos nos enquadrar à ela?

Uma pergunta aparentemente simples e de resposta pronta entre os crentes, mas no fundo do nosso coração a resposta pode ser surpreendente. Gostaria de incentivá-lo a ler o Salmo 119.

Abre os meus olhos para que eu veja as maravilhas da tua lei. 
Salmos 119:18