sexta-feira, 28 de dezembro de 2012

compromisso

Era uma vez um rapaz jovem e vívido. Ele conheceu uma moça, ela era muito bonita, alegre e esperançosa.

Os dois se agradavam muito com a companhia um do outro e decidiram, então, que caminhariam juntos por um caminho chamado "Compromisso". Esse caminho era longo e passava por diversas estradas; uma que se chamava "Namoro", outra "Noivado" e outra "Casamento". Eles sabiam, pois foram ensinados, que a recompensa maior seria alegrar grandemente o Dono das terras em que estava esse caminho - um Rei bondoso e justo. E tudo o que deveriam fazer era amar e respeitar um ao outro, cumprindo cada um a sua parte, para fazer da caminhada um momento muito agradável. 

Se agissem assim, fariam do caminho um lugar mais bonito e mostrariam a todos como era maravilhoso o que o Dono daquelas terras havia preparado para eles e para todas as pessoas que decidissem andar por Seus caminhos. 

Eles sabiam também, dos perigos de serem atraídos por malfeitores e zombadores, que tentariam atrapalhá-los com falsas propostas de facilitar a caminhada, pois queriam desviar a atenção das pessoas e esconder a bondade do Dono das terras, para que eles próprios pudessem ser vistos como reis. 

O Rei era muito bondoso e prometeu ao casal que se eles se lembrassem dele em todo o tempo, eles estariam protegidos e seguros para cumprir sua tarefa com alegria. O Rei também era justo e alertou-os de que deveriam pensar bem sobre o que estavam se propondo a fazer, pois, caso desistissem de andar juntos, iriam desonrar Suas terras e, assim, não poderiam mais contar com a ajuda Real. O Rei deixou tudo bem explicado e disse que iriam conseguir, se cuidassem não apenas dos próprios interesses, mas cuidassem um do outro e se importassem com as outras pessoas também.

O jovem casal sabia, então, que quanto mais avançassem, mais difícil seria de sair do caminho antes de chegar ao final sem machucarem um ao outro e, principalmente, desonrar o Rei. Cientes dessas implicações, decidiram que estavam dispostos a seguir este caminho e, antes de começar o passeio, declararam que gostariam de se alegrar grandemente com a honra do Rei, que havia sido tão bondoso permitindo que pudessem andar por essas terras tão bonitas.

Assim que começaram, perceberam que o caminho pavimentado era estreito, o que os obrigava a ficarem bem juntos - e esse era um motivo de grande alegria para aqueles jovens apaixonados! Apesar de bem próximos, o caminho era largo o suficiente para que andassem confortavelmente, o Rei tinha pensado em tudo!

Conforme avançavam, eles observavam grande alegria de alguns camponeses e acenavam cintilantes em retribuição ao apoio dado. Alguns no entanto, eram aqueles zombadores, que diretamente ou com ironias sutis - e até aparentemente agradáveis -, tentavam fazê-los desistir. Quando isso acontecia, os jovens se entreolhavam e sorriam um ao outro, evidenciando o quão felizes estavam.

Mais um pouco e o jovem rapaz se afastou um pouco para o seu lado - disse apenas que a proximidade o estava incomodando um pouco, mas na verdade, ele começou a se orgulhar tanto de ser aplaudido por alguns, que começou, aos poucos, a se esquecer de amar e respeitar a sua companhia e ajudá-la a cumprir o seu papel. A moça, por sua vez, não se importou que ele se afastasse um pouquinho, pois já não se sentia tão segura da decisão de seguir pelo caminho do "Compromisso" - nem tudo o que ela tinha ouvido falar sobre o caminho era verdade, a moça havia sido enganada por alguns dos inimigos do Rei e decidiu aceitar alguns maus conselhos durante sua adolescência, encontrando alguns desses velhos amigos ao longo do passeio ela acenou e sorriu, se esquecendo que isso desonraria o Rei e se esquecendo também de ajudar seu companheiro a cumprir o seu papel. 

Isso fez com que os dois começassem a pisar em algumas pedrinhas à beira do caminho, pois já não estavam mais juntos no centro da estrada. Essas pedras eram bem pequenas, quase não os incomodava. Pensaram "Ah! o Rei não vai se importar, ele é bondoso e se esquecerá disso no final, aliás, ainda estamos juntos." E, mesmo que isso estragava um pouco do caminho criado com muito cuidado pelo Rei, concordaram que não era tão ruim seguir o passeio dessa maneira. 

Mais um pouco e nem mais estavam de mãos dadas. O rapaz se exibia e a moça ria cada vez mais com as brincadeiras dos zombadores e inimigos do Rei. Um não percebia o erro do outro, pois já não se importavam e nem se entreolhavam.

De vez em quando precisavam parar para tirar as pedrinhas dos sapatos. Aquilo machucava bastante, mas eles aprenderam a conviver com isso, embora um culpasse o outro pelos próprios ferimentos. Muita mágoa foi guardada entre os dois.

Os bons camponeses já não os olhava com tanto entusiasmo, mas eles sorriam quando o casal conseguia enganá-los, passando uma imagem de que estava tudo bem em sua jornada.

Os maus camponeses nem se importavam mais com a presença deles.

O Rei se entristecia bastante em saber que eles não usavam a parte bela e plana das estradas que Ele havia preparado.

Logo, eles nem se importavam mais com as pedrinhas e continuavam sua caminhada sem nem mesmo parar para cuidar desses machucados. 

Cada um observava a paisagem do seu próprio jeito agora. Nenhum dos dois se importava em estar junto. Mas nada tinha mudado, eles eram os mesmos egoístas que se conheceram há algum tempo atrás, as mesmas pessoas que desejavam seguir o caminho do "Compromisso" apenas para satisfazer o interesse próprio. O começo da caminhada foi prazeroso, só que algum tempo depois - tarde demais, pois já estavam no meio da estrada - perceberam que esse caminho só deveria ser tomado por aqueles que buscam satisfazer um ao outro.

Com os pés muito machucados e sozinhos - embora estivessem juntos, a ajuda mútua não existia mais - esses jovens não sabiam o que fazer. O sofrimento, a angústia e a dor tomavam conta dos seus corações.

Foi quando se lembraram das palavras do Rei. 

Eles se entreolharam com os olhos cheios de lágrimas. Se arrependeram. Com muita dificuldade, pediram as suas desculpas, humildemente concordaram com suas falhas e decidiram que não esconderiam nada do Rei, e se lembrariam dEle pelo resto dos seus passos. Fizeram um voto de ajudar um ao outro a cumprir suas tarefas, da maneira como o Rei havia explicado.

Perceberam o que tinha acontecido antes: quando tomaram o caminho do "Compromisso" não existia amor. Foram tão apressados em satisfazer suas vontades e suas vaidades, que não esperaram o tempo necessário para tomar as decisões em amor um ao outro.

Viram que se fossem menos egoístas antes e fizessem tudo de acordo com o que o Rei propôs, teriam evitado tanta vergonha e tantos ferimentos.

Mas agora havia uma nova chance, o sol brilhava intensamente mais uma vez! E o Rei estaria esperando em seu Castelo, pronto para se alegrar junto com o casal em um banquete sem fim. Tudo já estava pronto e para que todos fossem felizes, só era necessário que eles se firmassem no propósito de alegrar o Rei conforme Suas Palavras.

E agora tudo estava mais fácil, pois eles não apenas recuperaram a alegria do começo da caminhada, mas se entreolhavam com outro sentimento, mais forte que qualquer outro: o amor. Sentimento que aprenderam com o Rei e que se lembrariam de resolver todos os problemas através dele, se lembrassem do Rei em todos os passos que estavam pela frente.

E eles sabiam de uma coisa, quanto mais amor, menor seriam os problemas, e mais eles poderiam se deleitar juntos com esse novo sentimento. E maior seria a honra prestada em gratidão ao tão bondoso Rei.

Fim.

Saiba mais: Efésios 5


Portanto, vede prudentemente como andais, não como néscios, mas como sábios,
Remindo o tempo; porquanto os dias são maus.
Por isso não sejais insensatos, mas entendei qual seja a vontade do Senhor.
Efésios 5:15-17

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